domingo, 29 de julho de 2012

ENTRADA DE BERINGELA. FÁCIL E ÓTIMA

Aqui vai uma receita para uma rápida e apetitosa entrada. É um quebra-galho valioso inclusive para os momentos em que não se aposta muito no prato principal, ou que se duvide de sua fartura. Mas de qualquer forma, sempre tem sido  muito bem vinda e apreciadíssima (tem até uma pinta de sofisticada, mas não é). A sua elaboração é fácil, e dividida em duas partes: A das beringelas, e a do seu complemento. Procure comprar beringelas sadias e grandes, que tenham pelo menos uns 8cm no seu maior diâmetro. Corte a beringela em fatias redondas, primeiro no seu maior diâmetro, e em seguida 2 fatias de uns 3cm para ambos os lados deste primeiro corte. Cada fatia será uma porção, e portanto cada beringela apenas serve umas 2 ou no máximo 3 porções, assim calcule o número a comprar, pelos seus convidados. Coloque as fatias em uma assadeira, ou refratário, untada previamente com um generoso fio de azeite de oliva (espalhe bem). Cubra toda a superfície superior de cada fatia com molho Shoyo, até escorrer. Cubra a assadeira com papel alumínio, e leve ao forno pré-aquecido em 220ºC, deixando assar por uns 30minutos. Enquanto isso, prepare a segunda parte - o complemento: Em uma tigela pique tomates sem pele (desses comprados em lata já pelados, retirando o suco da lata). Uma lata de tomates pelados dá seguramente para umas 4 ou 5 porções, então vou citar os demais ingredientes nesta mesma quantidade. Rale grosso umas 300gr de queijo mussarella, e misture ao tomate picado. Adicione também umas 100gr de  azeitonas pretas sem caroço e picadas, um pouco de sal (lembre que Shoyo da beringela já é salgado), pimenta preta em pó, e umas 15 folhas pequenas picadas de mangericão fresco. Misture bem tudo na tigela, e reserve. Pode-se usar um pouco de oregano seco em substituição ao mangericão fresco.
Quando terminar o tempo de cozimento das beringelas, retire a assadeira do forno, remova o alumínio, e verifique com um garfo, se o miolo das fatias de beringela estão bem macias. Se não, volte a assadeira ao forno por mais uns 10 minutos. Com uma colher, vá colocando delicadamente sobre cada fatia de beringela o complemento preparado na tigela, fazendo um morrinho sobre cada fatia, sem retirá-las da assadeira. Após isto, voce pode interromper o prato, para aguardar os seus convidados chegarem, pois a assadeira voltará ao forno, sem a cobertura de alumínio, somente nos 15minutos antes de servir, tempo de requentar o prato, e derreter a mussarella do complemento. Quando os seus convidados sentarem na mesa, sirva os seus pratos individualmente, retirando as fatias de beringela da assadeira com cuidado, e auxílio de uma espátula larga. Sobre as mesmas, em cada prato, coloque outro fio de azeite de oliva, e bom apetite.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

UM BACALHAUZINHO BÁSICO.
Comprar um 1/2Kg de bacalhau, em algum local de sua confiança, ou recomendado, observando que haja mais carne do que pele e espinhas. O ideal seriam as peças mais grossas do lombo, e nunca peças finas, muito próximas à barriga, ou ao rabo. Dessalgar de véspera, iniciando por deixar o bacalhau imerso em água corrente, e após, deixar de molho toda a noite no refrigerador. Antes de usar, volte banhá-lo em água corrente mais uma última vez, flexionando as peças. Coloque o bacalhau em uma panela com bastante água fria, e deixe-o ali até uns 15 minutos de fervura. Retire-o da panela, reservando a sua água de cozimento para as batatas. Limpe as peças, retirando as peles e espinhas completamente, e reservando a carne em um prato. Corte 1Kg de batatas em rodelas mais grossinhas (aprox. 1,5cm), e coloque para cozinhar na água do bacalhau que você reservou. Após a fervura, não deixe cozinhar demais, testando com um garfo até que as rodelas ainda estejam inteiras e bem firmes. Retire imediatamente as batatas da água, interrompa o seu cozimento com água fria, e reserve para que sequem. Observo que no final, tudo irá ao forno, e se as batatas cozinharem demais agora, pode resultar num pirê. Corte 2 cebolas médias em rodelas, e refogue em um bom azeite de oliva, sem fritar demais, apenas até que fiquem bem macias. Reserve este refogado também, sem desprezar o azeite. Cortar 3 ou 4 tomates em rodelas finas, e reserve. Cozinhe 2 ovos, para que fiquem 'duros", fervendo-os em água por mais de 5 minutos. Retire a casca dos ovos, e corte em rodelas, reservando também. Agora monte o prato para ir ao forno. Escolha um prato refratário suficiente para todos os ingredientes reservados, que seja um pouco mais fundo, para permitir a montagem em camadas, e que tenha tampa (ou a ser coberto por folhas de alumínio para assados). Ligue o forno, para pré-aquecê-lo. Monte o prato, obedecendo a seguinte ordem de camadas: 1. Um fio de azeite de oliva; 2. Uma camada de tomates com uma pitada de sal em cada rodela, até cobrir toda a superfície do prato; 3. Uma camada de batatas, até cobrir toda a superfície do prato; 4. Uma camada de bacalhau; 5. Cobrir o bacalhau com parte das cebolas refogadas ( no seu azeite); 6. Algumas rodelas de ovo, distribuídas sobre o bacalhau com cebolas, e juntas com algumas azeitonas pretas, sem caroço. Regue tudo com azeite de oliva, e se o prato permitir, repita a sequência de camadas tantas vezes quanto possível, administrando o bacalhau para que seja totalmente consumido (quanto mais bacalhau melhor), e para que finalize com a decoração de ovos e azeitonas. Cubra o prato com a sua tampa, ou com as folhas de alumínio. Coloque no forno pré-aquecido, em temperatura média, e deixe cozinhar até que se o azeite ferva. Retire o prato do forno, retire a tampa, ou a cobertura de alumínio, e volte a colocá-lo no forno, sem cobertura, para assar a última camada de ovos com azeitonas. Leve a mesa imediatamente após. Bom apetite!!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

OUTRA DE OVELHA - O PERNIL RECHEADO

Este é o típico prato de um banquete - para impressionar mesmo. Na minha humilde opinião, quem diz não gostar de ovelha, é porque talvez nunca tenha sido apresentado para um prato como esse. Simples, farto, e sofisticado. Aliás, simplicidade e sofisticação são termos muito próximos, principalmente quando se referem às criações gastronômicas (e nem só à elas). Em primeiro, deve-se eleger um açougue de confiaça, e encomendar um pernil de ovelha de tamanho médio. Ao receber, peça ao açougueiro que dessosse a peça, sem romper a massa de carne que envolve os ossos. Isto até pode ser feito por você mesmo, em sua casa, se tiver as habilidades de um cirurgião, mas no entanto, com muito esmero e uma boa faca de filetar, bem afiada. Em seguida, recheie, ou complete o buraco aberto na peça de carne, com pedaços de linguiça de porco defumada, sem as peles (normalmente estas linguiças são envoltas com tripas - corte com cuidado este envoltório, sem desmanchar a linguiça, para que mantenha a sua forma original). Após, amarre toda a peça e recheio com um barbante firme (sem nylon), em dois sentidos, como um pacote, de maneira a mantê-lo íntegro, durante os movimentos do assado. Após, com a ponta de uma faca, faça vários furos na carne, em toda a sua extensão, em ambos os lados. Pique uns 5 ou 6 dentes de alho, e espalhe bem sobre a superfície do pacote. Pique uns 3 ou 4 ramos de alecrim, e espalhe também sobre a carne com alho, em todos os seus furos ou recôncavos. Por último, tempere todo o pacote com sal grosso, como em uma peça de churrasco. Cubra o pacote, levando ao refrigerador, e deixando-o descansar por no mínimo umas 3 horas. Para assar, atravesse 2 espetos no pacote, e coloque na parte mais alta do brazeiro. Lembre-se que esta peça é volumosa, recheada, e que, além de cozinhar tudo muito bem (não se come carne de ovelha crua, ou mal passada), ela não deve queimar por fora, ou seja, fogo baixo, ou longe dele, e muito tempo de assado (umas 3hs, no mínimo). Ao final, apresente o pacote sobre uma táboa, e fatie para servir (corte transversalmente às linguiças, para que pareçam rodelas no interior das fatias). Acompanha saladas, mas já vi servirem com arroz. Fica ótimo! Naturalmente que vinhos maduros e bem encorpados acompanham muito bem o prato. Faço na churrasqueira, mas tenho notícias de quem faça na grelha (parrija), ou no forno. Deve ficar bom também. Esta peça é o prato principal de uma ceia para 4 a 6 pessoas. Sempre impressiona a todos. Bom apetite!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

OUTRA DE BUTIÁ - A GELÉIA

Prepare um suco básico de butiá. Isto parece ser impossível, por conta de sua consistência fibrosa e principalmente por conta dos coquinhos (caroços). Mas consegui facilmente com a ajuda de um liquidificador: Coloque butiás maduros até 1/2 copo do liquidificador. Adicione água o suficiente para cobrí-los. Tampe o copo, e inicie acionando por breves "pulsos", até perceber que a mistura já gira bem (e que tenha soltado alguns coquinhos). Complete o mix girando plenamente por alguns minutos. Após, coe bem a mistura, com a ajuda de uma colher no coador, pressionando o bagaço para extrair o máximo de suco. Isto lhe renderá aproximadamente 1/2 litro de suco básico de butiá. Agora vamos à geléia. Retorne o suco básico ao liquidificador, adicionado uma igual quantidade de açúcar, ou seja, para o 1/2 litro acima obtido, adicione 1/2Kg de açúcar. Gire a pleno por alguns minutos, até o açúcar se dissolver completamente no suco. Escolha uma panela com boa capacidade, onde o volume de sua mistura não a ocupe muito acima da metade. Coloque a mistura na panela, e faça ferver (SEM TAMPA), em fogo forte. Cuide para que a fervura não derrame sobre a panela, baixando o fogo, ou até retirando-a do fogo por emergência. Após escolha o fogo mais baixo possível do seu fogão, e deixe a mistura cozinhar (SEM TAMPA - para que a água se evapore completamente), por cerca de 1:30hs, ou até perceber que o cozido foi reduzido ao máximo, sem mais água, ou melhor, até que não se desprenda mais vapor da panela. Enquanto cozinha, vá retirando a espuma que se forma na superfície, e mexa bem, de vez em quando. O ponto certo a ser atingido é quando você lavar a colher que mexeu a mistura, em água fria corrente, notar que a calda se solidificou parcialmente, virando uma geléia. OK, tudo pronto. Agora passe a geléia ainda quente (e portanto líquida) para um vidro resistente com tampa, e deixe esfriar ao natural, até ter condições de ser levado ao refrigerador. As quantidades acima irão render cerca de 0,4 litro de geléia. Se possível, adicione em frascos menores para que o consumo seja mais duradouro. Conserve sempre no refrigerador. Essa geléia com um pãozinho e manteiga é uma loucura!! Não é muito doce, e fica meio azedinha. Aliás, como é o butiá.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CAIPIRA DE BUTIÁ ou... "ME CAIRAM OS BUTIÁS DO BOLSO"

Para quem não sabe do que se trata, o BUTIÁ é um tipo de coquinho que dá no verão em espécies de palmeiras, muito comuns aqui no sul do Brasil. Meio doces, meio azedinhos, a gauchada costuma comê-los bem maduros e crus, como se fossem pipoca, ou conservados em cachaça (que deve ficar curtindo no mínimo uns 3 meses - e fica ótimo!). Mas... não satisfeito com essas formas, e aproveitando a estação de praias (que por aqui se chama "veraneio"), ou como a minha sábia mãe costuma fazer - preparando as "conservas" em um ano, para tomá-las no próximo, quando então voltarão a um novo "veraneio" - imaginei resolver o problema mais de imediato, produzindo uma espécie de "caipirinha" de butiás maduros, e recém colhidos. Divulgo agora o que considerei uma espécie de aperitivo perfeito, e após várias tentativas: 1. Ao ir para a praia, ou se não for, à qualquer momento, compre uns butiás maduros na estrada (sempre encontrará esta oferta - infelizmente apenas no RGS). 2. Ao chegar, lave bem os butiás, retirando qualquer resíduo do cacho que venha preso à eles, coloque-os em uma panela, com água suficiente apenas para cobrí-los, e ferva em fogo forte. Após ferver, deixe-os cozinhando em fogo baixo por mais uns 10 a 15 minutos. Ao final, escorra e lave os butiás com água fria, para fim de esfriá-los ao máximo, e guarde-os no refrigerador. Esta base você poderá usar sempre que necessário. 3. Para fazer o aperitivo, pegue no refrigerador cerca de 1/3 da quantidade que deseja preparar (se for apenas um copo, escolha um do tipo resistente, e faça os passos seguintes nele mesmo), adicione cerca de 3 ou 4 folhas de hortelã por copo, e amasse delicada e firmemente os butiás com a hortelã, com um "pau de pilão", ou almofariz, até obter uma pasta - mais líquida possível. Adicione açúcar (2 colheres de sopa por copo), ou adoçante, preencha o segundo terço da mistura com cachaça de boa qualidade, e mexa tudo muito bem. Complete o terceiro terço com a adição de gelo picado (o ideal), ou em cubos, e mexa novamente. Ao final, nos copos, pode enfeitá-los com um ramo de hortelã para cada, com direito até a um canudinho. Fica maravilhoso! Não soube bem como batizá-lo, "Butiarinha", "Caipira de Butiá", ou "ME CAIRAM OS BUTIÁS DO BOLSO", expressão gaudéria para algo que surpreendeu muito. Mais apropriado, né?

domingo, 9 de janeiro de 2011

"AL DENTE"

Posto aqui alguns comentários sobre uma expressão que preocupa a todo o candidato à elaboração de massas: "AL DENTE", que significa o ponto de cozimento, ou maciez que a massa cozida deverá atingir para ser servida, simplesmente procurando caracterizar a sensação do provador ao mordê-la. Isto é, ela não deve estar nem muito dura, e nem muito macia, mas oferecendo alguma pequena e sutil resistência ao mastigá-la, a ser percebida em nossos dentes. A sutileza fica ainda por conta do fino detalhe que diferencia o "borrachudo" do "pastoso", e convenhamos, isso não é nada fácil ! Até porque existem dentes e dentes, ou seja, o "al dente" para a frágil boquinha de uma criança no início de sua primeira dentição, é bem diferente das poderosas mandíbulas de um comilão, devorador bem criado, um verdadeiro Tiranossaurus Rex das churrascarias de rodoviária. O fato é que, mesmo longe desses extremos, será comum você ouvir irritantes comentários do tipo: "poderia ter cozido um pouquinho mais", ou "passou um pouquinho do ponto, né?". É a treva !!! Portanto, aqui eu lhe dou uma simples e pessoal opinião para que ao menos o seu "ponto" escolhido tenha algum fundamento a ser apresentado, em vez de ficar só com aquela inevitável cara de tacho após comentários desse tipo : O dente é o seu! Ou seja, foi você que cozinhou e experimentou a massa, e portanto ela está ao seu modo, ao seu estilo, com a sua personalidade. Quem não gostar, que se dane, que vá à um restaurante, ou confessar os seus desprezíveis palpites para um psiquiatra, ou um padre. Portanto, como o tal "al dente" terá a sua personalidade, quem gostar dela, certamente também gostará da sua massa. Bon apetit!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O GALETO PRENSADO

Isto antes de ser uma receita é uma verdadeira obra de engenharia. O prato é inspirado no tradicionalíssimo frango-prensado do Don Nicolla em Porto Alegre/RS, mas perfeitamente adequado às condições de qualquer apartamento, e a urgência de um prato bastante consistente, e que nunca deixou de receber elogios. Consiste, em primeiro lugar na utilização de um galeto (existente nos Super-mercados das Capitais) em substituição ao frango, para reduzir as dimensões do problema, e para permitir utilizar um grill elétrico (Tipo George Foremann, ou similar, desde que tenha grill na tampa para prensar). Se não encontrar galeto, selecione codornas grandes, ou mesmo pequenos frangos. Pois bem..., iniciemos o prato descongelando o galeto no micro-ondas, ou de qualquer outra forma, e após abrimos o dito pela frente, cortando com uma tesoura de cozinha, ou faca, o seu peito e ossos correspondentes. Após cortar, abra-o para os lados sobre as asas, como se fosse um casaco. Tempere com alho esmagado, sal e um pouco de pimenta preta em pó, passando-os pelos dois lados. Para quem gosta, pode ser generoso com o alho, pois fica mais saboroso. De qualquer forma, pré-aqueça o grill, e tenha a certeza de que o galeto ou frango cabe na sua área de grelhado. Um galeto cabe com perfeição, mas se estiver usando coisa maior, corte as partes que sobram, e as coloque sobre o pedaço principal. Coloque-o dentro do grill, e feche a tampa, comprimindo-a de tal forma a prensar suavemente o galeto (a eficiência desta ação é facilmente notada pelo ruído de fritura, e por algum vapor que se desprende). É conveniente para os aromas e a limpeza, localizar o grill sobre o fogão, abaixo de uma coifa exaustora em funcionamento. Mas se não tiver, tudo bem. E como você não vai ficar prensando o galeto o tempo todo, aqui vai a engenharia que comentei no início: coloque sobre a tampa do grill uns 4 sacos de 500gr (peso normal de sacos de grãos ou farinhas) de qualquer produto, e se puder, mais uma pequena chaleira com água fria, ou garrafa pet, para fazer a pressão de uns 4Kg sobre a tampa permanentemente. Mas cuidado, siga esta ordem nos fatores, ou seja, os sacos distribuem bem o seu peso e volume sobre qualquer superfície, assim como podem produzir uma base horizontal e estável para a chaleira, ou outro objeto. E desta forma a torre não terá perigo de cair - veja a foto. Após uns 15 minutos, desmonte a prensagem e vire o galeto (a maioria dos grills não produzem o mesmo calor na base e tampa). Arme tudo de novo e deixe mais uns 15 minutos. Pronto! Verifique se está no ponto, sirva no prato, na porção de um galeto por pessoa, acompanhado de alguma salada, e bom apetite. É como se você estivesse no velho Don Nicolla, das manhãs de domingo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

UM CLÁSSICO - O PUDIM DE LEITE

Tudo muito fácil, mas em se tratando de doces, todo o cuidado é pouco. Deve-se dar o tratamento como a uma fórmula química, tudo muito justo, e nada de improvisações. 1 lata de doce de leite, 2 medidas (iguais à lata do doce de leite) de leite integral, 3 ovos, 1 colherinha de chá de açucar de baunilha, e outra de Maizena. Estes dois últimos ingredientes são para o pudim ficar genial, mas não são indispensáveis. Se não conseguir, não faz mal. Coloque tudo no liquidificador, e deixe misturar por uns 5 minutos, formando um creme. Reserve. Consiga uma forma para pudim ou bolo, que tem um furo no meio (do pudim, e não da forma). Coloque uma xícara de açúcar refinado na forma, e coloque-a no fogo até o açúcar derreter. Após, com a ajuda de uma colher, e virando a forma com cuidado para não se queimar, faça com que o açúcar derretido se espalhe por toda a forma, tanto nas laterais como no centro. Após, coloque todo o creme na forma. Consiga uma panela rasa, ou uma outra forma mais baixa, com água, e coloque a forma do pudim dentro dela. Isto é o que se chama de "Banho Maria", onde o pudim será cozido. Proteja o pudim, colocando uma tampa na forma, ou um filme de alumínio, para cozinhar sem queimar. OK, está tudo armado. Agora coloque tudo no forno, e deixe cozinhando por uns 40 minutos. Após verifique a consistência do cozido com um palito. Se espetando o palito no pudim ele ficar molhado, ou quando você mexer nele, ainda parecer muito líquido, volte a colocar no forno por mais uns 30 minutos sem a tampa. Volte a verificar, e repita a última operação, se necessário. Este tempo de cozimento dependerá muito do seu forno, e se ele for muito fraco, isto pode se prolongar até por cerca de 2hs. Você é quem deve definir o tempo até atingir uma consistência um pouco mais firme, e não líquida. Após, retire do forno, deixe esfriar, e coloque o pudim, ainda na forma, no refrigerador. Deixe resfriar bem (o ideal é deixar ali de um dia para o outro). Após desforme com cuidado, verificando com uma faca (delicadamente) ele estar meio descolado das paredes da forma, coloque um prato emborcado sobre ela, e vire tudo rapidamente. Retire a forma, levantando com cuidado, e aprecie a beleza deste verdadeiro clássico da culinária. Espalhe o restante da calda de açucar sobre o pudim, e bom apetite!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O CAFÉ - ÁRABE, TURCO, OU "DE CHALEIRA" MESMO

Deixo aqui uma receitinha básica de café preto que se pode fazer sem coador, na própria xícara, muito simples e eficiente. Chamam de "café árabe", mas por aqui conhecemos como "café de chaleira", ou também "café de preguiçoso", talvez pela sua simplicidade ou rusticidade, muito usado em acampamentos, ou em situações de extrema precariedade de recursos, sem coadores, ou outras tralhas. Mas excelente! A receita é para uma xícara, ou caneca pequena, de uns 250ml. Coloca-se esta quantidade de água no fogo, até que inicie a "chiar" (cerca de 80°C). Não deixe ferver, pois pode queimar o café (este é um segredinho conhecido na maioria das infusões, como o chá, mas pouco observado). Enquanto isso, coloque na xícara, cerca de 2 colheres de sopa (cheias) de pó de café. Junte (antes da água) o açúcar ou adoçante à gosto (lembre que 250ml não é pouco, é o equivalente a umas 3 xícaras de cafezinho). Prepare uma colher e um copo de água fria. Vire a xícara com a alça na sua direção. Coloque a água quente, e mexa bem. Aguarde alguns minutos para que o pó (agora hidratado) se adense no fundo da xícara. Perceba que muito do pó, ficou na superfície, junto ou preso na espuma do café. Bem aqui vai um esclarecimento: O pó do grão de café adensou no fundo da xícara, e o que flutua geralmente é pó da casca, ou de algumas outras impurezas do grão. Agora o momento delicado: Com a colher, sem mexer muito na mistura, vá recolhendo este pó e a espuma da superficie, e lavando a colher no copo de água, até não restarem resíduos flutuantes. A alça virada para si, tem o objetivo de concentrar perto dela algum pó que ficou na borda da xícara enquanto voce limpava a superfície (porque ali dificilmente se colocarão os lábios). Ok, está pronto. Saboreie o café calmamente, pois raramente você vai ser incomodado com algum resíduo. Quando estiver perto do final, cuidado, pois o pó está no fundo. Ao lavar a xícara, após sorver o café, deixe o pó ir para o ralo da pia, pois como ele é bastante ácido, ajuda a remover a gordura das canalizações.
Um detalhe cultural interessante: Nos acampamentos com fogo de chão costuma-se fazer o café em uma panelinha, e usar o "tição", que vem a ser um pedaço de lenha com a ponta em brasa, da seguinte forma: para limpar a superfície, coloca-se o tição após ter adicionado a água, pois a brasa, em contato com a mistura, agrega junto a ela quase todo o resíduo flutuante.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

KIBE CRÚ, À MODA MIGUELÃO

Outro dia, estava no Super, e me deparei com um saco de 500gr de trigo para kibe. Aí deu aquela vontade, mas eu estava sem tempo para todos os rituais necessários ao preparo do prato. Fui nessa. Comprei o trigo, e mais 500gr de guisado de primeira, duas cebolas, alho eu tinha em casa, e hortelâ......meu Deus.....não tem hortelâ neste Super. Azar, vai com um ramo de tempero verde mesmo (cebolinha e salsa). Em casa, antes de mais nada, em uma tigela, separei metade do pacote do trigo (umas 250gr) e deitei água quente em cima até cobrir o trigo em dois dedos. Cortei em rodelas as cebolas, e joguei no liquidificador (o ideal seria um processador), e coloquei um copo de água junto para não rodar no seco. Cortei as cebolinhas e a salsa, dois dentes de alho, e uma colher de tempero pronto para carnes, e joguei tudo no liquidificador. Em dois toques do aparelho, estava tudo perfeitamente triturado e misturado. Coei a mistura para retirar a água que havia posto, e em uma vasilha misturei-a bem no guisado, adicionando azeite de oliva, e corrigindo o sal com o tal tempero pronto. Maravilha! Agora só faltava o trigo. Pois lá estava ele, inchadão, pois a água quente produz este efeito acelerador na hidratação (isto aprendi com outros grãos que necessitam se hidratar previamente, como o feijão). Com uma colher de sopa, fui adicionando e misturando bem, até ficar uma massa bem uniforme. Beleza, agora é provar para corrigir alguma coisa. Melhorei o sal e oliva. Na própria vasilha da mistura final, passei o dorso da colher para arrumar a superfície do kibe, e decorei por cima com rodelas extras de cebola e raminhas de salsa. Tudo não passou de meia hora, e o tal "kibe miguelão" ficou maravilhoso. Mas insisto na hortelâ. Fez falta.